sábado, 17 de julho de 2010

Quem sou eu?

      Não sei e talvez nunca saberei, como afirmaria Pirandelo, conhecedor dos limites do autoconhecimento ou da percepção de si. A essa condição, estamos todos sujeitos. Entretanto, reconhecemos nossa existência e a do mundo a nossa volta. Como podemos conhecer esse mundo? Como podemos nos conhecer? 

      Para dar norte as minhas dúvidas, escolhi uma forma de pensar o mundo, a ciência. Minha escolha reflete o título deste blog, Scientia amabilis ou amor pela ciência. O etólogo Konrad Lorenz defendia que o título de amador, uma palavra que deriva de amor, não deveria ser atribuída a um leigo, mas, aquele que dedica a vida e se deleita em fazer algo. Sou um amador da ciência e, como tal, busco conhecer o mundo à luz das ciências.

      Tentarei mostrar o valor, a beleza e a varonilidade que hão nesta forma de pensar. Trarei a vocês uma proposta iluminista, não a de supervalorização dos métodos, mas a proposta de iluminar, clarear, esclarecer. Como o subtítulo do livro O Mundo Assombrado por Demônios de Carl Sagan, "a Ciência como uma Vela no Escuro". Entretanto, devo ressaltar às mentes afoitas por problemas, que o conhecimento científico não propõe ser definitivo, pois é reflexo de paradigmas. As verdades da ciência são o resultado de onde conseguimos chegar, inseridos em contextos políticos, econômicos e sociais... dentro das limitações da tecnologia e do pensamento e das percepções humanas. Portanto, as verdades científicas não podem e não são definitivas.

      Para mim, um naturalista ontológico, o mundo natural é tudo o que me interessa.  Mas, confesso a vocês que não acho que a ciência seja a única forma de satisfazer as inquietudes humanas. Reconheço plenamente o valor da filosofia, que fornece toda a base para o pensamento racional, e das artes, que preenchem vazios e expandem percepções que vão muito além do conhecimento racional. Em todas essas formas de conhecimento a dúvida é a força motriz do intelecto e das emoções, como escreveu Stephen Hawking:

"Nossa busca de descobertas alimenta nossa criatividade em todos os campos, não apenas nas ciências. Se chegássemos ao fim da linha, o espírito humano definharia e morreria. Mas não creio que um dia sossegaremos: aumentaremos em complexidade, se não em profundidade, e seremos sempre o centro de um horizonte de possibilidades em expansão."


      Gostaria de dedicar este espaço a compartilhar conhecimentos e reflexões em torno das instigantes questões da vida e do próprio pensar. Sou um jovem cientista, amante libertino da literatura e das artes. Estudante de Ciências Biológicas (UFC) e ecólogo de profissão. Trabalho com comportamento animal e com a teoria da evolução, dois assuntos que perturbam a imensurável curiosidade do meu intelecto. Terei prazer em discutir as questões que julgo interessantes com aqueles que estiverem interessados.

Um abraço,

Rafael Rios
scientia amabilis

Um comentário:

  1. que massa cara! também sou estudante de ciências biológicas, faço na uece.
    parabéns, adorei seu jeito de escrever, você realmente aprecia a ciência, como alguns infelizmente não sabem valeu!

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