Não sei e talvez nunca saberei, como afirmaria Pirandelo, conhecedor dos limites do autoconhecimento ou da percepção de si. A essa condição, estamos todos sujeitos. Entretanto, reconhecemos nossa existência e a do mundo a nossa volta. Como podemos conhecer esse mundo? Como podemos nos conhecer?
Para dar norte as minhas dúvidas, escolhi uma forma de pensar o mundo, a ciência. Minha escolha reflete o título deste blog, Scientia amabilis ou amor pela ciência. O etólogo Konrad Lorenz defendia que o título de amador, uma palavra que deriva de amor, não deveria ser atribuída a um leigo, mas, aquele que dedica a vida e se deleita em fazer algo. Sou um amador da ciência e, como tal, busco conhecer o mundo à luz das ciências.
Tentarei mostrar o valor, a beleza e a varonilidade que hão nesta forma de pensar. Trarei a vocês uma proposta iluminista, não a de supervalorização dos métodos, mas a proposta de iluminar, clarear, esclarecer. Como o subtítulo do livro O Mundo Assombrado por Demônios de Carl Sagan, "a Ciência como uma Vela no Escuro". Entretanto, devo ressaltar às mentes afoitas por problemas, que o conhecimento científico não propõe ser definitivo, pois é reflexo de paradigmas. As verdades da ciência são o resultado de onde conseguimos chegar, inseridos em contextos políticos, econômicos e sociais... dentro das limitações da tecnologia e do pensamento e das percepções humanas. Portanto, as verdades científicas não podem e não são definitivas.
Para mim, um naturalista ontológico, o mundo natural é tudo o que me interessa. Mas, confesso a vocês que não acho que a ciência seja a única forma de satisfazer as inquietudes humanas. Reconheço plenamente o valor da filosofia, que fornece toda a base para o pensamento racional, e das artes, que preenchem vazios e expandem percepções que vão muito além do conhecimento racional. Em todas essas formas de conhecimento a dúvida é a força motriz do intelecto e das emoções, como escreveu Stephen Hawking:
"Nossa busca de descobertas alimenta nossa criatividade em todos os campos, não apenas nas ciências. Se chegássemos ao fim da linha, o espírito humano definharia e morreria. Mas não creio que um dia sossegaremos: aumentaremos em complexidade, se não em profundidade, e seremos sempre o centro de um horizonte de possibilidades em expansão."
Gostaria de dedicar este espaço a compartilhar conhecimentos e reflexões em torno das instigantes questões da vida e do próprio pensar. Sou um jovem cientista, amante libertino da literatura e das artes. Estudante de Ciências Biológicas (UFC) e ecólogo de profissão. Trabalho com comportamento animal e com a teoria da evolução, dois assuntos que perturbam a imensurável curiosidade do meu intelecto. Terei prazer em discutir as questões que julgo interessantes com aqueles que estiverem interessados.
Um abraço,
Rafael Rios
scientia amabilis
que massa cara! também sou estudante de ciências biológicas, faço na uece.
ResponderExcluirparabéns, adorei seu jeito de escrever, você realmente aprecia a ciência, como alguns infelizmente não sabem valeu!